quarta-feira, 13 de julho de 2011

TOCANTINS: Mulher processada por tráfico é nomeada pelo governo


Denunciada e processada por tráfico de drogas pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF), Rozângela Pereira Souto, 34 anos, foi nomeada em cargo de confiança (comissionada) no governo do Estado. A servidora foi demitida na terça-feira, 12, depois que Jornal do Tocantins apurou a informação  e questionou o governo a respeito da contratação.
O processo contra Rozângela ainda tramita na Justiça Federal e, no momento, está concluso para que seja expedida a sentença pelo juiz Marcelo Velasco Nascimento Albernaz. Segundo o acompanhamento processual, Rozângela é acusada de tráfico de drogas e condutas afins e crimes de tráfico ilícito e uso indevido de drogas.
Presa por 30 dias durante a operação Cinco Estrelas, realizada em dezembro do ano passado pela Polícia Federal, Rozângela foi nomeada para a Secretaria Estadual de Relações Institucionais e redistribuída para a Secretaria Estadual de Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário.
Rozângela recebeu o posto de assessor especial, com o símbolo DAS-2 (Direção e Assessoramento Superior, nível 2), que tem salário de R$ 1.650,00. A denunciada é esposa de Rodrigo Moreira da Cunha, 35 anos, também alvo da operação Cinco Estrelas e condenado pela Justiça Federal a dez anos e meio de prisão por associação ao tráfico de drogas. Além de ir para prisão, Cunha ainda terá de pagar multa de R$ 244 mil.
A operação Cinco Estrelas foi realizada no dia 2 de dezembro de 2010 e prendeu pessoas no Tocantins, Goiás e Rondônia. Ao todo, 18 pessoas foram denunciadas, das quais 13 acabaram presas. A acusação era tráfico internacional de cocaína. Alguns dos detidos, porém, foram absolvidos e outros cumprirão prisão temporária de 30 dias, como foi o caso de Rozângela.
Segundo a denúncia do MPF, Rozângela “conhecia a atividade ilícita do marido e o auxiliava em suas tratativas com os membros do grupo, recebendo pessoas em sua casa, intermediando ligações telefônicas, realizando pagamentos e depósitos bancários”.
Na edição de ontem, o JTo mostrou que sete dos acusados na operação foram condenados a penas entre 9 anos e 22 anos, além de multas que variam entre R$ 244 mil e R$ 3,7 milhões.
Governo
Em nota encaminhada ao JTo às 16h53, a Secretaria Estadual da Comunicação (Secom) sustentou que, conforme certidões emitidas pelos órgãos competentes, não havia qualquer acusação de ilícito contra a referida pessoa, o que a tornava apta a ocupar o cargo para o qual foi nomeada.
Porém, em nova nota encaminhada às 18h18, a Secom informou que, por ordem do governador Siqueira Campos (PSDB), a servidora havia sido demitida. Pouco tempo depois, às 19h27, o governo publicou o Diário Oficial do Estado de terça-feira, na internet, já com a exoneração de Rozângela. O ato de nomeação de Rozângela foi assinado pelo próprio Siqueira e pelo secretário-chefe da Casa Civil, Renan de Arimatéa Pereira. Já a demissão, segundo o Diário Oficial, tem a firma apenas do secretário Renan de Arimatéa.
Identidade
No Diário Oficial o nome de Rozângela foi grafado erroneamente com a letra s. Mas o JTo confirmou a identidade da funcionária pública e constatou que se trata da mesma pessoa denunciada pelo MPF por tráfico de drogas. 

Fonte: Jornal do Tocantins

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