O valor gasto para conquistar o voto nas eleições municipais no Tocantins aumentou 37,8%, na comparação das prestações de contas apresentadas pelos candidatos a prefeito e vereador ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) nos anos de 2004 e 2008. Segundo informações do site Transparência Brasil, o volume dispendido pelos 5.542 candidatos que disputaram as eleições majoritárias e proporcionais nos 139 municípios tocantinenses em 2004 foi de R$ 34.586.950,00. Já em 2008, o número de candidatos aumentou para 6.096 e o tamanho dos gastos também, saltando para R$ 47.665.188,70. Uma diferença de R$ 13.078.238,70.
O valor médio do voto válido per capita – quando se divide o montante gasto na campanha pela quantidade de votos registrados – também registrou crescimento. Em 2004, os 1.297.034 votos válidos contabilizados para os cargos no Executivo e no Legislativo municipal custaram, em média, R$ 26,66 cada. Quatro anos mais tarde, o preço do voto válido passou para R$ 33,36, uma diferença de R$ 6,70, um reajuste de quase 25%.
Quando se pega um cenário mais estratificado desse levantamento, avaliando o quanto foi gasto na eleição de cada um dos 139 municípios tocantinenses, Palmas aparece como a cidade que registrou o maior volume de dinheiro gasto nas campanhas. Nas eleições majoritárias e proporcionais da Capital em 2004, foram contabilizados R$ 10.404.247,00, menos da metade da campanha de 2008, quando se registrou R$ 21.796.691,25.
Na equação eleitoral, a média do preço do voto válido em Palmas no ano de 2004 foi de R$ 59,88. Já em 2008, o preço quase que dobrou, passando para R$ 111,54.
A mestre em comunicação e política e doutora em Comunicação e Tecnologia pela USP Adriana Omena explica que fatores como um mercado publicitário inflacionado em períodos eleitorais, novas ferramentas de comunicação com custos mais caros e o descontrole nos gastos por parte da contabilidade da campanha podem contribuir para o aumento no preço do voto no Tocantins.
Surpresa
Na lista das 20 cidades tocantinenses que tiveram o maior volume de recursos declarados nas eleições de 2004 e 2008, uma surpresa. Cidades com baixa densidade eleitoral aparecem entre as que têm os mais altos gastos declarados em campanha. Um exemplo é Filadélfia, que em 2004, com apenas 8.954 votos validados para os cargos do executivo e do legislativo da cidade, apresentou gasto de R$ 844.095,00, ficando em 5º lugar no ranking das cidades com as maiores declarações de gastos nas eleições daquele ano. Nas eleições de 2008, Filadélfia subiu duas posições no ranking. Com seus 10.158 votos válidos no pleito daquele ano, apresentou gasto de R$ 2.129.478,10, ficando a frente de cidades como Araguaína (132.560 votos validados e gasto de R$ 1.730.920,83), Paraíso do Tocantins (44.462 votos e despesa de R$ 1.282.263,36) e Porto Nacional (47.682 votos e dispêndio de R$ 718.277,32). O custo do voto em Filadélfia espanta. Nas eleições de 2004, o voto per capita custou, em média, R$ 94,27. Valor bem abaixo de 2008, quando o voto per capita foi de R$ 209,63.
Na comparação com a média do estado, o preço do voto em Filadélfia é muito superior ao do Tocantins (2004 – R$ 59,88 e 2008 – R$ 111,54) e o da Capital (2004 – R$ 26,66 e 2008 R$ 33,36), cidade que registra os maiores gastos em campanhas eleitorais no Estado.
Fonte: Jornal do Tocantins
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