quarta-feira, 13 de julho de 2011

Brasil vai crescer menos do que vizinhos em 2011, diz Cepal

Brasil vai crescer menos do que vizinhos em 2011, diz CepalA economia do Brasil deve crescer menos do que as de seus vizinhos em 2011 e 2012, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
Mesmo assim, segundo um economista da Comissão, o crescimento do Brasil deve ocorrer com menor volatilidade nos próximos anos.
De acordo com o Estudo Econômico da América Latina e do Caribe 2010-2011, o Brasil será, junto com a Guiana, o país que registrará o menor crescimento da América do Sul em 2011, com expansão de 4%.
Já o Panamá deverá registrar o maior crescimento na América Latina, com 8,5%, seguido da Argentina, com 8,3%. Para 2012, estima-se que o Brasil repetirá o crescimento de 4%.
O estudo da Cepal avalia que, na América do Sul, particularmente, o crescimento da economia é 'favorecido pela melhora dos preços obtidos nas exportações de produtos básicos', como commodities agrícolas e minerais exportadas principalmente para a China.
A Cepal destaca ainda a expansão econômica do Haiti, que deve crescer 8% neste ano e no próximo, embalado pela reconstrução após o terremoto de 2010.
A economia do Peru, que vem registrando um dos maiores índices de crescimento do continente, deverá se expandir em 7,1%. A previsão para o Uruguai é de 6,8% - o Chile deve crescer 6,3%, o Paraguai, 5,7%, e a Venezuela, 4,5%.
Emprego
Para o economista da Cepal Carlos Mussi, a expansão menor do Brasil indica que o país está preocupado em manter uma trajetória de crescimento 'sem maior volatilidade' e 'com geração de empregos e aumento da renda'.
Mussi recorda que o Brasil cresceu 7,5% no ano passado e afirma que a redução no crescimento foi resultado do 'aumento nas taxas de juros e do corte dos gastos' que seguraram o ritmo da inflação.
Segundo o economista, o Brasil respondeu 'rapidamente' à crise internacional, a partir de 2009. O 'crescimento acelerado' acabou provocando 'pressão sobre os preços', mas sem afetar 'a geração de empregos e o aumento da renda', avalia Mussi.
De acordo com a Cepal, o crescimento vai se refletir no mercado de trabalho da região, com uma queda no desemprego de 7,3% em 2010 para um percentual entre 6,7% e 7% em 2011.
O crescimento resultará também em 'um aumento de 3,6% do PIB per capita', segundo o relatório. O estudo da Cepal prevê que, em seu conjunto, os países da América Latina e do Caribe vão crescer 4,7% em 2011.
Segundo o documento, espera-se uma expansão de 4,1% em 2012 devido a 'um contexto internacional menos favorável'.
Demanda interna
Segundo a Cepal, a região deve manter em 2011 a recuperação iniciada na segunda metade de 2009, 'graças ao impulso da demanda interna' e com uma 'melhora dos indicadores do trabalho e aumento do crédito'.
A secretária-executiva da instituição, Alicia Bárcena, faz ressalvas, no entanto, sobre a capacidade dos países da região de administrar o crescimento econômico.
No comunicado, o organismo ressalva que as autoridades 'devem implementar medidas para conter a apreciação cambial, combinando intervenções nos mercados de câmbio, controle na entrada de capitais e regulamentações financeiras'.
A Cepal diz ainda que a região terá maior potencial de crescimento nos próximos anos se tiver uma 'política fiscal orientada para o aumento da poupança do setor público'.
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