segunda-feira, 26 de setembro de 2011

TOCANTINS: Produção de leite é afetada pela seca

A paisagem amarela e o sol forte que compõem o cenário de seca que pode ser observado em grande parte do Tocantins nesta época do ano não afeta a produção de frutas e grãos no Tocantins. Apenas a pecuária é mais impactada pela falta de chuvas, uma vez que o gado perde peso, o que reflete também na produção de leite. A análise é da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e do Desenvolvimento Agrário (Seagro).
Coordenador de Desenvolvimento Animal da Seagro, Cláudio Saião Lobato explica que o órgão deve fazer uma parceria com produtores, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-TO) e os laticínios, para amenizar a influência da seca na produtividade e aumentar a produção de leite.
A expectativa é aumentar a produção leiteira em 200% num período de três anos em todo o Tocantins. Começando por patamares entre 20 e 30% no primeiro ano, no segundo crescer 100% e alcançar 200% de crescimento no terceiro ano. No entanto, ele não explica que mecanismos serão acionados para que este objetivo seja alcançado. Lobato pontua que os produtores precisam se preparar para o período seco, visto que as estações são bem definidas no Estado. Dados da Seagro de maio deste ano mostram que o Tocantins produz 233 milhões de litros de leite por ano.
“Há uma diminuição na produção porque muitas propriedades não estão preparadas para fazer a alimentação do rebanho no período da seca e acabam sofrendo um pouco mais”, ressalta o coordenador. Lobato citou um laticínio da região do Médio Araguaia que produziu 340.180 litros em agosto de 2010 e no mesmo período caiu para 234.135 litros. Mas ele ressava que outros fatores influenciam neste número, como a redução no número de produtores.
Agricultura
Já na produção de frutas e grãos, o coordenador de Desenvolvimento Vegetal da Seagro, José Américo Vasconcelos, pontua que estas culturas são menos impactadas pela falta de chuva, visto que muitos produtores utilizam irrigação em suas lavouras e apenas aqueles que ainda não aderiram a esta medida têm alguns prejuízos. “Hoje, quem mais sente é o pessoal do abacaxi, mas tem muitos produtores que já irrigam. Já os produtores de banana não irrigam”, explica Vasconcelos, que ressalta ainda que este ano houve alguns prejuízos em culturas de banana em razão de queimadas.
O coordenador pontua ainda que no caso dos frutos, quanto mais demora a chover, mais demora para fazer a indução floral e a colheita. Se chove mais cedo, esse processo é acelerado, o que é melhor para os negócios. Em relação aos grãos, Vasconcelos explica que os produtores já estão com a terra preparada para plantar assim que vier a chuva, ou seja a seca não atrapalha.
O Jornal do Tocantins entrou em contato com a Federação da Agricultura do Estado do Tocantins (Faet) para ouvir a entidade sobre possíveis prejuízos dos produtores, mas a entidade alegou que precisa fazer um levantamento da situação, o que demandaria tempo.
Projeto
Projeto do governo do Estado, com o apoio do Sebrae, pretende aumentar a produção leiteira em 200% num período de três anos em todo o Tocantins.

Fonte: Jornal do Tocantins

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