Turismo em Floripa por conta dos cofres públicos: 16 deputados esticam final de semana com esposas no Costão do Santinho

     Na próxima quinta e sexta-feiras 19 e 20, acontece em Florianópolis, num dos resorts mais caros do Brasil - o Costão do Santinho – o Congresso da Unale (União dos Legisladores e Legislativos Estaduais). A abertura está programada para a noite de quarta, 18  e o evento deverá contar com 16 (dezesseis) dos 24 deputados tocantinenses.

     Pudera! As passagens aéreas e estadia dos parlamentares serão custeadas com dinheiro público. A Unale conseguiu reduzir o preço da diária – dizem – para R$ 214,00. Na página que o resort mantém na web se encontra pacotes a preços especiais a partir de R$ 750,00 por dois dias em apartamento standart. Mas isto é promoção. A diária cheia naquela ponta de praia privilegiada em Santa Catarina custa bem mais que isto.

     O congresso é para discutir temas relacionados à rotina comum aos deputados de todo Brasil. Pauta que, se fosse de trabalho, aconteceria durante a semana, em espaço menor de tempo, num local mais barato e acessível. Não é o caso do Costão do Santinho. Agora respondam: qual é a necessidade em tempos duros como estes, que 16 deputados tocantinenses têm de ir a um Congresso da Unale, por conta da viúva, levando esposas e um deles, o petista José Roberto, até o filho?

Turismo oficial, com dinheiro oficial... até quando?

     Numa reunião para discutir a viagem, um deputado do PMDB queria que a Assembléia pagasse as passagens das esposas, para que depois eles restituíssem a Casa. Coisa que o presidente, Raimundo Moreira, obviamente não aceitou.

     O congresso da Unale, com perdão da sinceridade, é daqueles eventos que não resultam em nada de prático. E para onde não justifica o envio por conta do dinheiro que é nosso 16 excelências, de todos os partidos.Eduardo Gomes outro dia foi à Espanha, acompanhando o amigo Romário, e diante do questionamento da imprensa decidiu custear do próprio bolso suas despesas.

     Aqui é diferente. Poucos parecem preocupados em fazer turismo oficial, com dinheiro oficial. Um desplante. Um absurdo. Um abuso incompatível com o que se espera de homens públicos, com o dinheiro público, nos dias atuais. Será que é esta a independência e autonomia do legislativo pela qual tanto brigaram os deputados no começo do ano?

     Na lista dos confirmados ontem pelo Cerimonial da Assembléia diante do questionamento e da insistência do nosso portal estão:Eduardo do Dertins (PPS), Iderval Silva (PMDB), José Augusto, Jose Bonifácio (PR), José Geraldo (PTB), Zé Roberto (PT), Vilmar do Detran (PMDB), Vanderlei Barbosa (PSB), Josi Nunes (PMDB), Osires Damaso (DEM),Toinho Andrade, Raimundo Moreira (PSDB), Raimundo Palito (PP), Manoel Queiroz (PPS), Sargento Aragão (PPS) e Stalin Bucar (PR)

Bonifácio - um líder que dá arrepios ao governo por algumas de suas declarações excessivamente francas - é  aquele que entre um whisk e outro semana passada na casa do secretário Eduardo Siqueira, bradava para quem quisesse ouvir que está “se lixando, para a mídia e para a opinião pública”. Este vai levar uma amiga, das cinco que se orgulha de ter e não esconder. Sem maiores comentários...

Os fora da lista

     Fora da lista, ou pelo menos entre os que não confirmaram sua presença até ontem estavam Marcelo Lélis, Freire Jr., Amália Santana, Solange Duailibe, o pastor Eli Borges, Sandoval Cardoso, Amélio Cayres e Luana Ribeiro. Deputados que aparentam ter um pouco mais de cuidado com a imagem e com o dinheiro público. Ou que por motivos pessoais não poderão estar no "grande evento do fim de semana".

     A Unale tem sua importância, não resta dúvida. Mas já foi mais módica na realização dos seus encontros. Tempos do “brimo” César Hallum, econômico no ordenamento de despesas e mais discreto na escolha dos destinos.

Costão do Santinho, numa quinta e sexta, com direito a esticar no sábado e domingo com o desconto que alguém no final também está bancando, vão me perdoar  as excelências que nos representam,mas não dá para engolir. Nem com Johnnie Walker oito anos. Ou 12. Nem 21.

Fonte: robertatum.com.br