Délio Ferreira Filho foi detido na Bahia e alegou inocência; delegado afirmou que prisão foi decretada por 30 dias
Délio Ferreira Filho, acusado de ter envolvimento na morte do oficial de Justiça Vanthieu Ribeiro da Silva, em março deste ano, foi preso ontem, na cidade de Cocos (BA). O corpo do oficial foi localizado às margens da Rodovia TO-010, no dia 25 de março, com um tiro na cabeça e amarrado com cordas. A morte do oficial de Justiça deu início à Operação Inconfidente, da Polícia Civil, que investiga a participação de oito pessoas, entre elas uma promotora de Justiça e uma juíza, em um suposto esquema de fraude para resgate de dinheiro em contas bancárias de pessoas falecidas.
Segundo o delegado do Grupo de Repressão a Crimes contra a Administração Pública, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (Gracol), Claudemir Luiz Ferreira, ainda não há especificamente o grau e o tipo de participação de Délio no assassinato de Vanthieu. "É a prisão dele que vai nos dizer, com seu depoimento confrontando com os elementos que já temos em mãos", explicou, acrescentando que Délio Ferreira está com prisão preventiva decretada por 30 dias, podendo ser prorrogada por mais 30.
De acordo com o delegado, a polícia tem outras linhas de investigação para apurar a participação de outras pessoas. "Só que no momento não é interessante divulgar porque pode atrapalhar as investigações", disse Cladeumir, informando que o acusado seria levado para Comarca de Miracema, mas será solicitada à Justiça a permanência dele na Casa de Prisão Provisória de Palmas (CPPP).
Acusado
Antes de prestar depoimento à polícia, Délio Ferreira Filho afirmou que é inocente. "Eu não tenho nada a ver com isso. Agora resolveram me prender com alegação de que eu estava foragido, na realidade eu não tenho residência fixa aqui." Ele acrescentou que como seu nome começou a sair na mídia relacionando-o com a operação Inconfidente, não era possível conseguir um emprego.
Afirmando conhecer Vanthieu desde criança, Délio disse que tudo que sabe é pelo que acompanha na internet. "Eles acham que eu sou a chave de alguma coisa. Na época, eu morava nos Estados Unidos, morei de 2005 a 2009 lá. Eu sou inocente. Estou aqui sendo crucificado, humilhado", reclamou, explicando que sua tentativa de mudar de nome se deve a uma vontade de ter o sobrenome da mãe.
Operação
Na época, a operação cumpriu sete mandados de busca e apreensão na casa do ex-presidente do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) Stalin Beze Bucar Júnior, em Palmas, e no escritório dele, em Miranorte, nas residências dos irmãos Pedro Paulo Ferreira, Mário Ferreira Neto, Délio Ferreira Filho e dos advogados Viviane Raquel da Silva e Raimundo Nonato Carneiro.
Segundo a polícia, o grupo supostamente tomava conhecimento de contas inativas de pessoas falecidas com volume alto de dinheiro. Depois, criavam um herdeiro com documentos falsos e se iniciava o processo para que o dinheiro que estava na conta fosse retirado. E desencadeava em um alvará para liberação desse dinheiro.
Entenda
A operação Inconfidente investigava oito pessoas, entre elas o filho do deputado estadual Stalin Bucar (PR) Stalin Beze Bucar. Na época da deflagração da operação, as investigações eram presididas pelo delegado Adriano Carrasco e pela delegada Celina Ribeiro. Em julho, o titular da Deic, Evaldo Gomes, deixou o posto e o delegado Alberto Carlos Rodrigues Cavalcante passou a responder pela delegacia. Em agosto, os delegados Adriano e Celina foram transferidos para delegacias do interior. E posteriormente, o então secretário de Segurança, Justiça e Cidadania, João Costa, também saiu do comando da pasta, dando lugar ao atual secretário de Segurança Pública, João Coelho.
Fonte: Jornal do Tocantins
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